Segundo o Ministério Público Federal, o ex-presidente Michel Temer e seus aliados praticaram atos para ‘dificultar o andamento das investigações’. Os procuradores citaram o ‘monitoramento do avanço das investigações, com um braço da organização criminosa cuidando de aspectos de contrainteligência, com a finalidade de que, conforme as investigações avancem, sejam produzidos documentos falsos com o intuito de despistar as últimas descobertas investigatórias, sejam destruídas provas e apagados rastros que levem ao desvendamento das ações criminosas, bem como sejam assediadas testemunhas e coinvestigados que pudessem vir a ser colaboradores da Justiça, inclusive com pagamento de propina’.
A Lava Jato apontou que ‘a organização criminosa liderada por Michel Temer possui um aparato próprio para acompanhar o andamento das investigações e produzir informações falsas de acordo com o caminho que elas apontassem’.
De acordo com a investigação, ‘a organização criminosa conta com um serviço de contrainteligência destinado a dificultar as investigações’.
“Tal serviço era também chefiado pelo braço direito de Michel Temer, Coronel Lima, que contava com a experiência, decorrente de sua formação policial, que lhe permitia desempenhar essa atividade”, descreveu o Ministério Público Federal.
Os procuradores citaram um relatório da Polícia Federal que analisou um material apreendido durante buscas contra o coronel Lima e que ‘chamou atenção o nível de organização e acompanhamento dos investigados sobre os avanços das investigações’.
O documento apontou o ‘detalhamento das anotações’ e o ‘cuidado empregado no acompanhamento das investigações, inclusive, na tentativa de se ocultar provas dos atos realizados pelo grupo’. De acordo com o Ministério Público Federal, o relatório ‘mostra que havia vigilância da organização criminosa de quem eram os policiais que estavam atuando na investigação’. ff