O presidente Jair Bolsonaro ainda não entendeu o nome do jogo. Ele se chama crescimento econômico. Enquanto desperdiçar energias em assuntos laterais como os joguinhos de frases de efeito no Twitter, a pauta de costumes e a proteção aos filhos, para citar três exemplos de suas atenções mais dedicadas, o presidente estará longe do principal – e cada vez mais perto do inferno da queda na popularidade.
A pesquisa Ibope que mostra uma vertiginosa na interpretação positiva de seu governo, com 15 pontos a menos no quesito ‘ótimo/bom’ e 13 pontos a mais nas avaliações ‘ruim/péssimo’, entre a posse e a metade de março, já indica um nefasto cruzamento de expectativas. A seguir no rumo atual, logo Bolsonaro terá mais impressões negativas do que positivas sobre sua gestão. Neste sentido, um dado do levantamento deve fazer com que todos os sinais de alerta ressoem: nos municípios acima de 500 mil habitantes, 53% declararam ‘não confiar’ no presidente. É grave, e gravíssimo para quem foi eleito com o manto da mudança e ainda nem completou três meses de gestão.
Aprovar a reforma da Previdência que será capaz de sanear as contas públicas e, a partir daí, fincar as bases para a retomada dos investimentos, da atividade econômica e da geração de emprego e tudo – e apenas – o que Bolsonaro tem para fazer com as ferramentas à disposição de seu cargo. Usá-las para pequenos consertos, que ainda por cima não resolvem problemas, mas os agravam, só está piorando as coisas. Para ele e para o País.