BR: Está no ar uma dúvida: quem, dentro ou fora da Polícia Federal, deu a ordem para que a entrevista exclusiva do ex-presidente Lula aos jornais Folha de S. Paulo e El País fosse desfigurada pela presença de outros jornalistas em uma plateia? Se fosse para dar um palpite, um bem forte seria o ministro da Justiça, Sergio Moro, ao qual a PF está sob jurisdição.
Ocorre que só na cabeça de alguém que não tem apreço pela atividade jornalística poderia surgir a ideia de transformar o esforço dos profissionais Monica Bergamo e Florestan Fernandes Junior, para terem declarações em primeira mão de Lula, num “show de auditório”, como bem definiu o ministro Ricardo Lewandowski, do STF, em que o vazamento da exclusividade seria não menos que imediato.
Graças a um despacho de Lewandosvski, feito nesta quinta-feira 25, Lula, preso na sede da Polícia Federal em Curitiba, vai poder falar somente com os que tiveram a primazia de pedir-lhe a palavra – e com eles poderá travar uma conversa com a requerida concentração. O pedido pela manutenção do caráter exclusivo da entrevista foi feita pela defesa do ex-presidente. O ministro determinou que a entrevista que será concedida nesta sexta-feira, 26, conforme decisão anterior da Corte.
Lewandowski derrubou decisão da Superintendência do Paraná da Polícia Federal, que descumpriu seu despacho anterior, incluindo outros veículos de imprensa para participar da entrevista com o ex-presidente, mesmo sem poder fazer perguntas, apenas como plateia. A autorização para entrevista foi determinada à época da eleição 2018, requerida pelos veículos El País e a Folha de S. Paulo. Porém, ficou suspensa por oito meses força de decisão liminar do ministro presidente do STF, Dias Tofolli, cassada na semana passada. ffff