A necessidade de privatizar a maior parte das mais de 150 estatais existentes no País virou consenso na sociedade. Mas o ministro da Economia, Paulo Guedes, não precisava exagerar tanto na imagem.
Sem considerar, certamente, os milhares de funcionários dessas companhias que têm o governo como maior acionista – e suas famílias e círculo de amizades -, Guedes acabou criando uma imagem forte que é um mote pronto para bullyings e troças, além de contribuir para a desvalorização dos próprios ativos sobre os quais o governo Bolsonaro quer fazer dinheiro.
“Estatais são como filhos drogados que fogem dos pais”, afirmou o ministro.
Esse tipo de declaração contribui mesmo para o plano de privatização do governo, ou só acirra os ânimos dentro das empresas que têm o governo como maior acionista e, nessa medida, dificultam e rebaixam o processo?
A declaração foi dada durante evento sobre o setor elétrico, na sede do BNDES. Guedes explicou que usa essa comparação quando defende a venda de todas as estatais, e o presidente Jair Bolsonaro e militares manifestam desejo de manter algumas: “Falava que tinha de vender todas, mas, naturalmente, o nosso presidente, os nossos militares olham para algumas delas com carinho, como filhos, porque foram eles que as criaram. Mas digo, olha que seus filhos fugiram e hoje estão drogados”. Você concorda com a definição do ministro?