Líder do PSL, partido do presidente Jair
Bolsonaro, o deputado delegado Waldir (GO) criticou duramente o projeto
encaminhado pelo governo que trata da reestruturação das carreiras das Forças
Armadas e da aposentadoria dos militares. “O governo nos mandou um abacaxi e
não temos como descascá-lo com os dentes. É preciso nos dar a faca”, diz ele.
O deputado atribuiu a esse desgaste o adiamento da indicação
do relator da reforma da Previdência geral na Comissão de Constituição e Justiça.
O presidente do colegiado, Felipe Francischini (PSL-PR), havia dito que
anunciaria o nome escolhido ontem, mas pela manhã o partido informou que
aguardaria uma explicação do Ministério da Economia sobre o texto dos militares.
A principal crítica se dá à inclusão da reestruturação da
carreira, que prevê reajuste de salários de algumas patentes militares, criação
e ampliação de gratificações e extensão de um adicional de 10% a generais da
reserva. A economia será de cerca de R$ 1 bilhão por ano. Waldir criticou parte
do projeto. Segundo ele, era esperada uma economia muito maior com a proposta,
que inclui mudanças nas regras previdenciárias, mas a reestruturação fez, na
verdade, subir o gasto. A ideia inicial era que as mudanças pudessem trazer
economia de R$ 97 bilhões. Porém, a reestruturação terá um custo de R$ 86,8
bilhões. O ganho fiscal líquido será de R$ 10,45 bilhões em dez anos.
